Mum to Son

por Liliana Reis

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Como se responde a certas coisas???


As perguntas do Martim por vezes deixam-me sem resposta, outras vezes obrigam-me a pensar sobre as coisas, mas a maior parte das perguntas pedem apenas uma resposta honesta e verdadeira. 
São estas as que mais gosto de lhe dar pois mesmo que ele não perceba, sabe que não lhe estou a esconder nada.
Depressa aprendi que, a resposta tem acima de tudo que ser uma resposta curta e que exija pouco tempo de atenção da parte dele. Aqui ficam algumas delas:

1. Mãe e se tudo isto fosse um sonho? Nada do que estamos a viver fosse verdade?
R: (dei-lhe um beliscão) Acordaste? Se não acordaste é porque não era um sonho.

2. Às vezes penso como é que será estar aí dentro? Eu conheço-te por fora, mas como é que é estar aí dentro?
R: (mal sabe ele que às vezes não me aguento a mim própria) É tal e qual como estar aí dentro com a diferença de que tu és tu, e eu sou eu.

3. Mãe se tivesses um namorado como é que ele se chamaria?
R: Não faço ideia. (mas como já sei que não desistiria de uma resposta) Talvez Manuel Francisco, e depois chamava-o de "Oh Manel Chiiiicoooo" (com a mesma entoação da Rita Blanco na Gaiola Dourada).

4. Isto é tudo tão real, não achas mãe? Porque é que à nossa volta as coisas não são pixelizadas (nem sei se existe esta palavra)? 
R: Confesso que não sei, mas não gostava nada de ter cara de Minecraft.(olhou para mim com cara de "não percebo porque não").

5. Na sequência do sistema reprodutor que está a aprender na escola, e de como são feitos os bebés.... E tu mãe, gostas de sexo?
R: (depois de engolir em seco, comecei a fazer outra coisa e respondi) Gosto, toda a gente gosta. (e ficou por aí).
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sábado, 17 de fevereiro de 2018

Bilhetinhos de Amor


É um hábito que temos e antes que a idade lhe traga alguma vergonha de abrir o estojo e ter um recadinho da mãe, aproveito para ir manifestando o meu amor e lembrá-lo durante o dia que ele é a coisa mais importante do meu mundo.
Ele responde sempre com a letra mais feia que já vi
, mas com uma doçura de quem pensa do outro lado "ai que mãe tão piegas" e quando eu escrevo "porta-te bem, amo-te muito", responde "eu porto, eu também".

Troquei muitos bilhetes idênticos com a minha mãe e já mais tarde na faculdade (quando ainda não havia telemóvel) escrevíamos cartas uma à outra, no intervalo dos telefonemas da cabine da praceta.
Há dias encontrei uma dessas cartas e foi como se ela ainda estivesse aqui.

São pequenos miminhos e funcionam como lembretes de que embora não estando ao lado um do outro o amor perdura pelo tempo, pela distância, pelas dimensões...no matters what!
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