Fim de semana sim, fim de semana não, o Martim fica com o pai.
Ele adora ir e a mim sinceramente faz-me muita falta ter uns momentos só meus, sem horários de refeições, sem os chamados constantes do género "mãe estou na casa de banho, podes limpar-me o rabiosque? Fica sempre melhor quando és tu!"". E apesar de no Domingo ao fim do dia já estar desejosa que ele chegue, são estes os dias em que faço coisas só minhas, mesmo que isto signifique ficar a aboborar no sofá.
Normalmente canalizo para estes dias os meus programas: jantares, compras, matar as saudades de amigos, workshops, trabalhos manuais, caminhadas, meditação, coisas que adoro fazer mas com um "pilrete" no meio fica mais difícil. Muitas vezes tento envolvê-lo nestas atividades, umas resultam mais ou menos, outras nem por isso.
Uma das que exige mais sossego e concentração é também uma das que ele mais gosta.
Pintar com aguarelas!
A Bailarina |
Gosto de pintar coisas pequenas com pormenor, que aproveito muitas vezes para oferecer a filhos de amigos, ou pintar os convites e enfeites de mesa como foi o caso do batizado da minha afilhada, mas é tudo para meu gozo pessoal. Já vendi um ou outro, mas o que gosto mesmo é de ficar com eles e de vez em quando revisitá-los, porque sei que não vou voltar a pintar nenhum igual aquele.
Pinto friorento |
A verdade é que as aguarelas têm em mim um efeito terapêutico, daí gostar de pintar sozinha com música de fundo.
Mas quando o Martim está em casa a música de fundo é outra: "Mãe entornei água", " Mãe, acho que pintei as mangas", "Mãe como é que se faz castanho?", "Mãe, achas que está bonito?" e a derradeira pergunta "Mãe, achas que podemos vender?" (diz mil vezes a palavra Mãe e sempre no início da frase, como se estivesse mais alguém em casa e houvesse necessidade de indicar a quem se dirige a conversa).
Em versão aguarela, claro está! Meu filho, tu vais longe :)
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