Embora muito precoce achei lindo o pensamento em voz alta, mas ao mesmo tempo tive aquela sensação “pobrezinho já começa com os dilemas emocionais”.
Deu-me vontade de o abraçar e dizer “filho vai ser duro, mas também vai ter coisas maravilhosas”. Mas não o fiz!
Disse-lhe que se fosse importante para ele, devia perguntar-lhe se ela queria ser sua namorada. Já não parou de pensar nisso. “Mãe, mas como é que eu lhe digo?”; “Mãe e se ela não quiser?”.
Na tentativa de desdramatizar a coisa e aconselhei-o a fazer a pergunta sem ela estar à espera mas no decorrer de uma conversa, algo do género: "Inês, tenho andado a pensar e acho que se quisesses podíamos ser namorados" e também lhe disse que se ela não quisesse, tinha de respeitar, talvez ela até gostasse de alguém, mas que certamente ela ficaria a perder um menino maravilhoso.
No dia seguinte foi ter comigo à cama - "hoje vou perguntar à Inês aquilo, até já estou com dores de barriga".
No caminho até à escola fomos a ensaiar a melhor forma de a abordar e quando saiu do carro até respirou fundo, como que a tomar coragem.
Achei melhor descansá-lo: "Martim, não tem de ser hoje, se não te sentires confortável em fazê-lo, podes deixar para outro dia, não te sintas pressionado!"
Mas esqueci-me como é obstinado e de ideias fixas - "Não mãe, tem de ser hoje!" - desejei-lhe sorte quando me despedi e fui nos meus pensamentos quase com a certeza de que não ia correr como ele queria, mas ao mesmo tempo orgulhosa pela atitude de resolução e de coragem em expor os seus sentimentos sem receio de parecer ridículo aos olhos de uma menina que ele admira.
Pensei para mim "grande homem", perdendo a noção que tem apenas 7 anos.
Quando o fui buscar à escola, a primeira coisa que me disse foi: "Mãe, aquilo com a Inês correu mal!", triste, mas sem peso. "Ela disse que namorada não, mas que amigos podíamos ser."
No caminho até à escola fomos a ensaiar a melhor forma de a abordar e quando saiu do carro até respirou fundo, como que a tomar coragem.
Achei melhor descansá-lo: "Martim, não tem de ser hoje, se não te sentires confortável em fazê-lo, podes deixar para outro dia, não te sintas pressionado!"
Mas esqueci-me como é obstinado e de ideias fixas - "Não mãe, tem de ser hoje!" - desejei-lhe sorte quando me despedi e fui nos meus pensamentos quase com a certeza de que não ia correr como ele queria, mas ao mesmo tempo orgulhosa pela atitude de resolução e de coragem em expor os seus sentimentos sem receio de parecer ridículo aos olhos de uma menina que ele admira.
Pensei para mim "grande homem", perdendo a noção que tem apenas 7 anos.
"Então não correu mal! Não foi aquilo que querias, mas ganhaste uma amiga especial!" e perguntei-lhe se estava triste.
Respondeu-me "Nem tanto!", mas à noite quando se deitou ouvi um suspiro fundo e disse-me "Mãe, ainda estou a pensar naquilo da Inês!". Dei-lhe um abraço apertado e adormeceu.
(sei que ainda é muito cedo e esta foi de certo a primeira de muitas negas, mas o que o meu abraço lhe quis pedir foi que durante a sua vida, não se escude na dor da rejeição para abafar os sentimentos, e que não salte de uma situação para outra, só para apagar a dor que sentirá quando a eleita não o eleger).
Meu filho, o amor é assim mesmo, para ser sentido e não reprimido e ainda que a outra pessoa não deseje o nosso amor não significa que não estejas à altura ou não sejas suficiente, és apenas diferente daquilo que o outro quer.
Vão haver momentos em que vais estar na posição contrária, acredita, e aí espero que te lembres de como gostarias de ser tratado.
Numa situação ou noutra o importante é que estejas à altura de ti próprio, que te respeites, respeites o outro e tudo vai correr bem!
Eu espero estar sempre à altura para te reconfortar!
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