Mum to Son

por Liliana Reis

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

"Nunca estás contente"

Hoje ouvi o primeiro "mãe, também nunca estás contente" depois de lhe dizer que podia ter feito um desenho mais completo, melhor pintado e com um título ou dedicatória.

Custou-me ouvir aquela frase, afinal talvez seja um pouco exigente no que toca ao primor e perfeição naquilo que se faz. E tenho de respeitar que nem todos somos assim.
Mas depois pensei que talvez ele precise de alguém assim na vida dele, não quer dizer que não fique satisfeita com aquilo que faz, mas sei que o potencial dele é gigante e por saber isso tenho obrigação de que não se contente em fazer pouco e de forma medíocre.
Então, depois do embate da resposta me ter feito dar quase um passo atrás (acho que até fechei os olhos de dor como se me tivessem pisado um pé e eu não pudesse dizer "ai"), respirei fundo e disse-lhe:

"Olha amor, a mãe fica sempre contente quando vê as coisas que consegues fazer, acho que és muito original e isso é muito bom, é bom ser diferente. Mas tens razão numa coisa, nunca vou estar contente quando perceber que não deste o teu melhor, que fizeste só para despachar. Não precisas de ser melhor que ninguém, só precisas de fazer o melhor que consigas".

Respondeu-me "Obrigada!" e deu-me um abraço.
Não sei se me agradeceu o elogio de ser original, se me agradeceu por eu querer o melhor dele, ou apenas por lhe ter dado uma resposta, mas senti-me um pouco mais leve, embora a frase "mãe, também nunca estás contente" continue a ecoar na minha cabeça. 
Acho que pela primeira vez pensei que isto é capaz de ter sido mais fácil quando ele era pequenino!

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sábado, 13 de janeiro de 2018

What??...42?




Pois é, chegaram, já cá cantam e não vão a lado nenhum!

Como hoje já disse, prefiro fazê-los e contá-los, como é óbvio a vida é para celebrar, mas ao mesmo tempo...como assim já 42? Um número tão redondo, tão pesado.
A cada aniversário o meu pai costumava dizer-nos "não é só fazer anos, agora estás mais responsável", mas aquilo que sinto neste momento é a vontade de me libertar desse peso, da responsabilidade acumulada ao longo destes anos todos, afinal o que me apercebi é que a responsabilidade não toca a todos na verdade. (talvez nem todos tivessem pais como o meu, a lembrar que a responsabilidade era algo para acumular e aumentar à medida que apagamos velas).
Por isso este ano, está decidido, vou tirar algum peso das minhas ações, das minhas decisões, do meu dia a dia, e tenho cá para mim que este vai ser um ano fantástico!

42 ...venham lá eles, que eu cá prometo que vou levar a vida mais leve, a dançar a música dos dias, num rodopiar sem fim (porque não sei ser paradinha) mas com a melodia bem afinada do bater do meu coração!
 42...bring it on!!!


photo:@Catia Alpedrinha
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domingo, 7 de janeiro de 2018

.... como sempre o teu porto de abrigo!


Nunca chegam as palavras para te dizer aquilo que és em mim e o que fizeste de mim.

Chegaste como marés vivas, num turbilhão de sentimentos e sempre pronto a desafiar, como a própria vida nos desafia tantas vezes.

Abriste um coração fechado, tornaste-o num coração apertado, mas tão maior, do tamanho da galáxia que és em mim.

És aquele que eu leio sem precisar de legenda, o que me fez aprender de novo o que é ser criança e que me reinventou mais mulher, mais eu.
Cresces como flor ao sol e ao vento, protegido pelo escudo do amor, mas aberto à maresia que te tempera e prepara para a vida ... e como cresces rápido.

Já me escapas, como a areia se escapa por entre os dedos.
Mas sempre que quiseres voltar, meu amor, lembra-te que aqui estarei...como sempre o teu porto de abrigo!

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quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

"...tu queres que eu conheça o mundo..."

Quando começava a perder a esperança de que esta criança um dia tivesse veia para a escrita, e que conseguisse escrever duas frases seguidas com sentido podendo assim prolongar o legado do gosto pela leitura e pela escrita, que já vem do avô materno que escrevia poemas, até à mãe (armada em blogger) que ganhava os concursos de composições, escrevia para o Jornal da Escola e escrevia contos infantis, eis senão quando hoje me surpreende com um texto que escreveu para dedicar à mãe.

"Querida Mãe,
Tu és uma mãe doce e querida, és a pessoa que mais me ama no mundo, levas-me a sítios giros do mundo, tu queres que eu conheça o mundo.
Eu adoro-te, sempre vou adorar-te, acho que também me adoras e sempre me vais adorar.
Queres poupar para ir a mais sítios giros?
Beijinhos, adoro-te

Teu filho
Martim"

Diz que agora vai escrever um texto para o pai, mas enquanto isso não chega, fico contente que saiba que lhe quero proporcionar conhecimento, que gostava que realmente conhecesse o mundo e com isso percebesse o seu lugar nele. Escolhesse o melhor canto para ficar, quando quiser assentar. Mas acima de tudo que respeite cada ser que nele habita e que entenda que cada cêntimo poupado para viajar, não será nunca um desperdício mas um investimento no crescimento do nosso Ser.

E sim, adoro-te e vou sempre adorar-te!
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